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quinta-feira, 28 de maio de 2015

FIFAGATE ,JÁ TEM POLITICOS COM MUITO MEDO DA OPERAÇÃO QUE PRENDEU VARIOS CACIQUES DA FIFA INCLUSIVE O EX.PRESIDENTE DA CBF ,

Investigadores norte-americanos, no mínimo, vão incomodar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na hora em que for feita uma devassa nas negociatas da transnacional Fifa para faturar altíssimo com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Para compensar a humilhante derrota de 7 a 1 que sofremos da Alemanha, os brasileiros devem ter a chance de comemorar a provável goleada que o Departamento de Justiça dos EUA e suas agências de investigação devem aplicar contra brasileiros corruptos que foram parceiros da "Falcatrua Association".

Já se dá como certa uma investigação norte-americana sobre os contratos de serviços e construção de estádios para a Copa de 2014 - que foram alvos de suspeitas lançadas por empresas dos EUA que foram preteridas nos negócios. Neste caso, o Fifagate tem tudo para ter uma interligação com a Operação Lava Jato. O FBI investiga denúncias de que o "Clube de Empreiteiras", em conluio com autoridades brasileiras, fechou negócios cartelizados com a Fifa - prejudicando a livre concorrência. A história deve ir longe - gerando mais um escândalo da moda que ajuda a atenuar a exposição sobre outros que começam a cair no esquecimento popular...

A maior preocupação dos picaretas tupiniquins é com o teor das delação premiada feita pelo empresário José Hawilla, dono da empresa Traffic Group, maior empresa de marketing esportivo da América Latina. O departamento de Justiça dos EUA revelou que J. Hawilla (como prefere ser chamado) teria confessado culpa, em dezembro do ano passado, por acusações de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Um dos acordos que prejudicou Hawilla foi o contrato que intermediou entre a CBF e a norte-americana Nike.

Junto com José Maria Marin (ex-presidente da CBF), Hawilla é o único brasileiro entre os réus confessos declarados culpados pela Justiça dos EUA. Ele aceitou o confisco de US$ 151 milhões (R$ 473 milhões) de seu patrimônio. Só no momento da confissão ele já desembolsou US$ 25 milhões (R$ 78 milhões). O terceiro brasileiro investigado pelo FBI é José Margulies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd., ambas ligadas a transmissões esportivas. Margulies supostamente atuou como intermediário para facilitar pagamentos ilegais entre executivos de marketing esportivo e autoridades do futebol.


O senador Romário (PSB-RJ) recolheu 52 assinaturas e protocolou o requerimento para a instalação no Senado de uma CPI para investigar as denúncias de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol. A apuração vai desde a presidência de Ricardo Teixeira, passando por José Maria Marin (preso ontem na Suíça junto com outros 13 dirigentes da FIFA), até a atual gestão de Marco Polo del Nero. Romário vibrou: "Até que enfim! O FBI e a polícia suíça fizeram as prisões mais rápido do que eu pensava. Se dependesse da nossa polícia essas prisões não aconteceriam. Com a CPI a caixa preta da CBF vai ser aberta para moralizar definitivamente nosso futebol".

O craque Romário já antecipou que pedirá ao senador Renan Calheiros para ser o relator da CPI. Romário chutou na cabeça? " Eu vou ficar mais feliz ainda quando o Ricardo Teixeira for preso, o que deve acontecer em breve. Todos se achavam intocáveis na CBF , diziam que era uma entidade privada e não tinham que ser investigados. Mas como dizem meus amigos, a casa vai cair para eles". A CBF, em nota oficial defensiva, aposta no contrário: "Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação. A entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente. A nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência."

Romário aposta que o esquema de corrupção que está sendo investigado pelo FBI vai respingar na Copa de 2014 no Brasil. Mas, por enquanto, o Tio Sam não entra no jogo do Baixinho. Richard Weber, chefe da Receita Federal (IRS) revelou ontem que só foram confirmadas provas de corrupção na escolha da África do Sul para a Copa de 2010: "É a Copa do Mundo da fraude. Estamos dando um cartão vermelho para a Fifa".

Como bem lembrou o "peixe" Romário, o bicho vai pegar...

domingo, 24 de maio de 2015

ESVAZIAMENTO EM MASSA


O Google desenvolve um novo algoritmo que pretende traduzir pensamentos em sequências de números, para funcionarem como “vetores de pensamento”. O plano é transformar os softwares atuais em versões sofisticadas capazes de agir e interagir como humanos. O “vetor de pensamento” será capaz de romper duas grandes barreiras no campo da inteligência artificial: alcançar a linguagem natural, para conversas, e a habilidade de usar a lógica. As pessoas poderão conversar com seus computadores, e as máquinas também vão dialogar entre elas. Toda esta promessa é do cientista Geoff Hinton ao jornal britânico The Guardian.

Estamos preparados para tal realidade que será inevitável? Provavelmente, sim, porque o ser humano tem incomparável capacidade de adaptação - tanto às situações favoráveis quanto àquelas de dificuldade. A grande maioria dos brasileiros se inclui neste segundo caso. No entanto, tem um probleminha agravante. Por aqui, temos o mal costume de ser coniventes com muitos erros. Demoramos a tomar decisões corretas. Pior ainda, persistimos nos equívocos, agindo conforme conceitos errados que nos levam a conclusões imbecis e consequências erráticas - quando não trágicas. Enfim, parece que uma imbecilidade nada artificial domina o Brasil.

Exemplos abundam. Organizadores garantem que havia mais de 10 mil pessoas no sábado, 23 de maio, na 8ª edição da Marcha da Maconha, da Avenida Paulista até o Largo de São Francisco, no prédio da Secretaria de Segurança Pública. A Polícia Militar, que foi "desconvidada" ao evento, acompanhou de frente e por trás por trás. A PM avaliou que havia 4 mil manifestantes. Inegavelmente com milhares de pessoas, o evento começou às 16h20min - já que o número 420 é um símbolo reconhecido internacionalmente como ligado à maconha.

Os manifestantes distribuíram flores. A justificativa era: se “opor à violência policial". Muitos vestiam chapéus de papelão com o formato de uma folha de “cannabis”. Cartazes destacavam algumas frases: “da proibição nasce o tráfico”, “basta de guerra: por outra política de drogas” e “Ei, polícia, maconha é uma delícia”. Alguns fumaram maconha... Questão de coerência entre o discurso e a prática... O ato terminou por volta das 19 horas. Interessante é quanta gente consegue se unir na defesa da maconha. Não só para descriminalizar seu uso, mas, efetivamente, para defender o direito de usá-la.

Intelectuais compareceram para justificar a marcha. A antropóloga Sandra Goulart foi direta na explicação: "A população está pedindo democraticamente a mudança da política contra as drogas. A repressão não resolveu eventuais usos abusivos. Pelo contrário, surgiram problemas de saúde, porque o usuário é marginalizado, e de criminalidade, ligado ao tráfico". O professor de História da Universidade de São Paulo (USP) Henrique Carneiro, deu uma aula pública no ato, onde ensinou: "Essa marcha defende um direito muito maior do que o de uma parcela da população fumar um cigarro que faz menos mal que o tabaco. Ela defende o direito de cada um governar a si mesmo, de escolher o que quer ou não fazer, contra uma imposição de abstinência compulsória pelo Estado".


Havia mais gente na Marcha da Maconha que no segundo dia do 5º Congresso Estadual do PT. O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, não aguentou o ambiente semi-desértico e extravasou: "Como fundador e alguém que militou 35 anos no partido, nunca vi uma reunião do PT tão vazia como essa. Vazia ontem (sexta-feira), quando se anunciava que Lula viria. Esvaziada hoje (sábado), quando no passado se disputava um crachá. Isso é um sintoma grave de uma crise que nos atinge de forma objetiva e subjetiva".

MAG reclamou das diferentes tendências do PT, lamuriando que atualmente elas atendem mais a interesses pessoais do que a discussão de ideias. MAG também constatou que muitos militantes não se sentem mais representados pelo PT. Insistindo na tese de que os mais perigosos críticos do partido vêm das classes que migraram socialmente, MAG fez uma leitura conjuntural inesperada: "Isso significa que perdemos a batalha política. Significa que não conseguimos ganhar politicamente aqueles que foram os grandes beneficiários das nossas políticas de inclusão social. Isso é sim responsabilidade do governo, mas é muito mais uma responsabilidade do nosso partido".

MAG reclamou que o PT não entendeu "o fenômeno social". Ou seja, não soube entender as demandas das classes que foram favorecidas pelas medidas de inclusão social tomadas em 12 anos de governo do PT. MAG decretou que a reeleição da presidente Dilma Rousseff encerrou esse ciclo de 12 anos, esgotado. Na avaliação dele, um ideólogo petista e do Foro de São Paulo, para avançar, será preciso desenhar um novo modelo político econômico e reconhecer que as críticas não são isoladas. Sobre a conjuntura econômica atual, MAG foi bem claro na urgência de soluções: "É preciso propor, de imediato, que essas correções fiscais possam efetivamente permitir que, em poucos meses, esse problema esteja resolvido. E então aplicar políticas que vão garantir ao segundo governo Dilma uma transformação muito importante".


Sem ter ouvido as lamúrias de MAG, o emérito defensor público da discriminalização da maconha, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, aproveitou uma palestra dada a 200 estudantes em Brasília, para meter o pau no corte de R$ 69,9 bilhões feito pela Presidenta Dilma Rousseff, quase repetindo a tese da liderança petista ao relacionar os problemas políticos com os econômicos, e indicando que o PT cometeu mais erros de estratégia e de clientelismo do que da corrupção:

"O Brasil foi tão mal governado nos últimos anos que o corte é consequência disso. A situação fiscal é de tal maneira difícil, e foi consequência de erros dos governos, que agora, com esse corte, o governo está pagando seus próprios pecados e vai ter que tomar medidas de contenção, como está tomando. A crítica que posso fazer não é à contenção, é que é uma espécie de operação sem anestesia. Quando você faz uma contenção fiscal tem de explicar ao país o que vem depois, para que você faz, qual é a esperança, qual é o horizonte. Agora só estamos vendo nuvem negra. Aí as pessoas ficam irritadas e não aceitam".

Fugindo sempre da tese de "Impeachment" (alegando que "faltam provas cabais), FHC admitiu a possibilidade de prosperar uma ação por crime comum contra Dilma Rousseff em razão das chamadas "pedaladas fiscais" feitas para equilibrar a contas do governo. FHC não perdoou a maior fraqueza de Dilma: “Para fazer qualquer coisa precisa de liderança. E ninguém faz nada sem liderança. Quando o presidente não lidera no sistema presidencialista, o Congresso lidera".

FHC pregou um caminho tático de "mobilização nacional para a superação da atual crise". Aplaudido, levou a platéia às gargalhadas ao esclarecer que sua proposta não significava uma "adesão ao governo Dilma". Cético como todo bom intelectual orgânico, FHC destilou seu pessimismo teórico: “Não está claro pra mim se vamos realmente pegar o caminho certo. Estou sentindo falta de liderança, falta determinação e tem que fazer alguma convergência. Estou falando de convergência nacional. Não pode ficar cada um do seu lado”.

No Brasil, inegavelmente, um segmento não banca o imbecil. Os banqueiros já arrumaram um jeitinho brasileiro para não perderem seus ganhos recordes, daqui a 90 dias, quando terão de pagar 20% de alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O Globo informa que, "para amenizar essa despesa e manter a rentabilidade em alta, os bancos devem fazer alguns malabarismos em uma engenharia financeira que inclui planejamento tributário, busca por maior eficiência e aumento de tarifas e juros". Traduzindo o economês: nós, os cidadãos otários, vamos pagar mais uma continha do levyano arrocho fiscal...

Se o Brasil segue no ignorante caminho do rentismo, pelo menos o Papa Francisco nos dá um consolo. O jornal argentino La Nacion informa que o "hermano" Francisco impediu a criação de um fundo de inversão que o francês Jean-Baptiste de Franssu, presidente do IOR (Instituto para as Obras da Religião, popularmente conhecido como "Banco do Vaticano"), queria criar no paraíso fiscal de Luxemburgo. Os argentinos destacaram que, desde o início de seu pontificado, Francisco deixou claro que queria que o IOR não se comportasse como um "banco de negócios", mas sim como uma instituição para servir às obras religiosas e sociais da Igreja Católica em todo o mundo.

Conclusão: Se a Dilma deseja um milagre econômico - também sonhado pelo MAG e desprezado pelo cético FHC -, nossa presidenta devia propor a troca do Joaquim Levy pelo Papa Francisco no Ministério da Fazenda...
Pena que o Papa, inimigo declarado do rentismo, não esteja disponível para este emprego no Brasil da Ignorância Artificial...

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Por falar do Desarmamento: Brasileiros honestos na ilegalidade


A recente instalação de uma comissão especial no Congresso Nacional que avaliará um projeto de lei sobre a aquisição e controle de armas e munições no país reacendeu o debate sobre o assunto.
Institutos e ONGs contrárias à proposta fomentam na mídia acusações, dados e argumentos falaciosos, principalmente no que se referem a financiamentos da indústria de armas e munições a campanhas eleitorais de parlamentares que compõem esse grupo.

De acordo com critérios estabelecidos pela Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, dos 27 membros titulares da Comissão Especial apenas 2 deputados receberam repasses da indústria de armas e munições. E, dos 13 membros suplentes, 3 obtiveram doações.

Ou seja, no total de 40 parlamentares, 5 (12,5%) receberam doações da indústria. Com números tão baixos de parlamentares apoiados, é nítido que as doações não garantem capilaridade ou força para beneficiar interesses próprios.

Outro argumento falacioso utilizado por institutos e ONGs desarmamentistas é o de que apesar da população ter rejeitado o desarmamento no referendo realizado em 2005, a venda de armas e munições vem sendo amplamente respeitada desde então. Fato é que o Estatuto do Desarmamento estabelece uma burocrática política para a aquisição, registro e controle de armas por cidadãos de bem no país e que, em 12 anos, não funcionou no combate à ilegalidade.

A autorização para posse ou porte de arma de fogo é discricionária. Assim, não basta a apresentação dos documentos previstos em lei e da aprovação em testes técnicos e psicológicos. A decisão fica exclusivamente por conta do órgão regulador. E, sabemos, a atual política adotada pelo governo é a do desarmamento dos cidadãos.

Além disso, em virtude da exigência de renovação dos registros de armas de fogo a cada três anos, do excesso de burocracia e da inexistência de estrutura do órgão responsável pelos registros, atualmente a lei do desarmamento está colocando na irregularidade quase nove milhões de brasileiros honestos.

Segundo o Ministério da Justiça, mais da metade das cerca de 16 milhões de armas de fogo que estão nas mãos dos cidadãos sequer está registrada no Sistema Nacional de Armas (SINARM), e encontra-se em situação irregular. Em 2010, havia 8.974.456 de armas de fogo com registro ativo. Já em 2014, o número passou para cerca de 270 mil.

Essa situação alimenta o comércio ilegal, pois munições legais – vendidas em lojas especializadas, cadastradas, controladas e fiscalizadas pelo Exército Brasileiro e Polícia Federal – só podem ser adquiridas se a arma tiver registro ativo. Como milhões não o têm, seus proprietários buscam outras formas para adquirir o produto.

Evidentemente, a indústria de armas e munições defende um mercado legal, controlado e onde o direito do cidadão à legitima defesa não é violado – diferentemente de ONGs que defendem uma situação na qual aproximadamente nove milhões de brasileiros estão na irregularidade, alimentando o mercado ilegal.

Em um país em que mais de 56 mil pessoas são mortas por ano e no qual apenas 8% dos homicídios são esclarecidos, não é honesto afirmar que a posse de arma de fogo por cidadãos de bem é responsável pela letalidade dos conflitos, muito menos que o Estatuto do Desarmamento evitou milhares de mortes após dez anos de vigência. Em 2012, ano mais recente contabilizado pelo Mapa da Violência, houve o maior número absoluto de assassinatos e a taxa mais alta de homicídios desde 1980.

Tráfico de armas

Quem defende o desarmamento afirma ainda que a maioria das armas utilizadas para o cometimento de crimes no Brasil tem origem nacional, que entraram legalmente no mercado e, em algum momento, foram desviadas para a mão de criminosos. Ora, como é possível afirmar com precisão as causas dos homicídios registrados no país ou de onde vêm as armas utilizadas pelos criminosos se o índice de elucidação criminal no Brasil é de apenas 8%, geralmente crimes de menor complexidade? E os outros 92%.

Recentemente, a polícia do Rio de Janeiro descobriu uma nova rota do tráfico internacional de armas. Fuzis automáticos têm sido apreendidos em número recorde e, segundo a polícia, grande parte deles vem da Venezuela. Apenas em 2014, foram 126 armas desse tipo apreendidas com criminosos no Estado. Muitos dos fuzis apreendidos foram fabricados recentemente e estavam em uso havia pouco mais de três anos. Esta é uma prova de que o tráfico de armas continua em alta.

É imperioso considerar, ademais, que parte das dificuldades brasileiras está na escassez de bases de informações confiáveis no tema, dado o caráter ilegal de boa parte do comércio de armas. Muitas das armas de fogo em situação ilegal sequer chegam a ser apreendidas pela polícia e continuam nas mãos de criminosos, o que compromete os dados analisados em pesquisas.

Com isso, ao contrário do que algumas ONGs desarmamentistas informam, não é possível afirmar que as armas legais dos cidadãos é que abastecem o crime organizado. O que caracteriza apenas uma tentativa de transferir para o cidadão de bem e à indústria de armas e munições a responsabilidade e ônus do cenário crítico.

Estamos diante de interesses claros. As empresas de armas e munições são nomeadas em decreto pelo ministério da Defesa como Estratégicas de Defesa, e que estão capacitadas tecnologicamente para fornecer para a segurança pública e às Forças Armadas produtos no estado da arte, com tecnologia própria e sem dependência econômica do governo federal.

O interesse da indústria de armas e munições é no mercado legal, que emprega, gera impostos e divisas nas exportações e que respeita o direito dos cidadãos a legítima defesa.

A sociedade brasileira também já se posicionou sobre o assunto em referendo realizado no país contra a proibição do comércio de armas e munições. Inclusive, continua se posicionando igualmente em recentes enquetes presentes na mídia e mais uma vez terão a oportunidade de se expressar nas audiências que serão promovidas pela comissão especial em todas as regiões do país.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

INTERVENÇÃO MILITAR ??? ENQUANTO ALGUNS GENERAIS DA ATIVA SE CALAM COM MEDO DE PERDEREM SEUS CARGOS DE COMANDO ,MILITARES DA CASERNA E DA RESERVA NÃO ESTÃO NADA SATISFEITO E A INDIGNAÇÃO JÁ ESTA TOMANDO A CADA DIA MAIS FORMA ,O PAVIO ESTÁ PRESTES A SE ACENDER



Tem sido recorrente nos últimos meses os pedidos populares de intervenção militar no Brasil. Basta entrar-se nas redes sociais para se confirmar isso. Nas manifestações de que eu participei do dia 15/03 e 12/04 foram vistas centenas de faixas e cartazes nas ruas exigindo a “volta” dos militares.assim como nas ultimas comemorações que eu tambem participei vi Entre as pessoas que pedem a intervenção militar estão homens, mulheres, jovens, idosos, professores, bancários, empresários, profissionais liberais, donas de casa, chefes de família, funcionários das mais diversas categorias e matizes, ricos, pobres, moradores de todas as regiões do Brasil, brancos, negros, pardos, descendentes de europeus, latinos e africanos, enfim, uma miscelânea de pessoas que só poderia ser possível mesmo no Brasil.

Curiosamente, apenas uma categoria de brasileiros tem se mantido alheio a tal debate: os próprios militares, especialmente aqueles em serviço ativo. Pelo menos publicamente. Nas casernas, entretanto, o assunto fervilha, como, aliás, no restante do Brasil.

A pergunta que deve ser feita, e sobre a qual devemos refletir é: por que uma parcela significativa da população tem exigido a chamada “intervenção constitucional militar”?

Seria em virtude do fato de que os militares têm hoje no Brasil o maior arsenal bélico? Isso, mesmo se considerarmos o arsenal nas mãos do crime (des)organizado. Sabe-se que o cidadão de bem, para possuir legalmente uma arma em casa, para sua proteção e para proteção de sua família tem que se submeter-se a um calvário longo e sob diversos aspectos até mesmo humilhante. Seria então por isso?

Os militares serem o braço armado da população? Nesse caso, se considerarmos apenas a questão das armas à disposição, seria lícito imaginar-se que os cidadãos poderiam também estar clamando pela intervenção das nossas polícias, militar, civil, federal, rodoviária etc. Como tal clamor não existe, podemos então concluir que o fator “poder de fogo” não é, de per si, o motivo do chamamento popular.

Vejamos outro motivo: o Brasil vive e viveu nos últimos doze anos um período em que o ciclo de governantes tem paulatinamente se dedicado a implantar aqui uma cultura voltada à instalação de um socialismo pan-americano que quer, em verdade, tentar salvar conceitos e ideologias há muito ultrapassadas e sepultadas pela história. Como os militares em 1964 impediram que os comunistas dessem um golpe de esquerda no Brasil seria natural voltar-se a eles para pedir que façam o mesmo.

Ocorre que o regime atual teve início há mais de doze anos. Seria então de se supor que tal clamor deveria ter começado lá atrás, e não somente agora. Afinal de contas, o Foro de São Paulo foi criado no início dos anos 1990. E antes mesmo da primeira eleição presidencial vencida pelo PT ele já era de conhecimento público. Infelizmente, e isso perdura até hoje, não o é do grande público. A mídia televisiva insiste em ignorar o tema. E aqui abro um parêntese:

(Imagine um programa como o “Fantástico” ou “Globo Repórter” da Rede Globo, ou o “Domingo Espetacular” da Rede Record, ou um “Conexão Repórter” do SBT sobre o tema. No dia seguinte, outros milhões de brasileiros acordariam do torpor em que nos encontramos e passariam a olhar com outros olhos o governo que aí está, entendendo as suas reais finalidades).

Fecho o parêntese. É de se supor, portanto, que esse talvez também não seja o motivo determinante.

Seria então, o motivo do clamor pela volta dos militares os equívocos econômicos da última administração da presidente Dilma Rousseff? Com seu estilo de gerente tomou para si as rédeas da economia e deu no que deu: naufragou e levou junto, para o abismo submarino, o Brasil. Ora, o último governo militar, do Presidente João Batista Figueiredo enfrentou grande turbulência na economia.

A crise mundial de 1979 cobrou seu preço aqui no Brasil também, e começamos a conviver com uma inflação galopante, que, nos governos civis seguintes, é bom que se frise, chegou ao patamar de inacreditáveis 1800% ao ano. Entretanto, justiça seja feita, no Governo do Presidente Emílio Garrastazu Médici, a inflação era pequena e em contra partida o crescimento espantoso do Brasil (mais de 10% ao ano) passou a ser chamado de Milagre Brasileiro. Antes que a discussão se instale, esclareço: não creio que sejam os indicadores econômicos a sustentar o clamor pelo retorno dos militares.

Busquemos outros motivos: seria a segurança pública do Brasil daqueles dias? Quando você podia sair nas ruas tranquilamente à noite sem correr o risco de ser assaltado? Ou o fato dos brasileiros daquele tempo terem mais amor à Pátria, quando os desfiles de Sete de Setembro eram motivo de orgulho para aqueles que participavam? Será que se clama pelo retorno dos militares devido à censura daqueles anos?

Sim senhor, amigo leitor, censura, pois naquela época não se via tanta obscenidade nas novelas, nem em propagandas... Nessa mesma linha de raciocínio podemos também citar o fato de que naquela época havia respeito quase místico à figura da autoridade, tanto a paterna e familiar, quanto de professores, chefes etc. Era impensável um aluno responder um professor. Dar-lhe um soco ou quebrar-lhe o nariz era inimaginável... E ainda, porque naqueles dias, bandido ia para a cadeia e lá permanecia, sem as tantas benesses hoje existentes...?

Se formos aqui continuarmos a elaborar os motivos – e as comparações – pelos quais uma parcela significativa da população quer o retorno dos militares faríamos uma lista sem fim. E tal lista acabaria por cometer injustiças. Tanto a favor como contra tais argumentos.

Mas em verdade, na minha íntima convicção, creio que existe um denominador em comum entre todos aqueles que querem a chamada “intervenção constitucional militar”. É que o brasileiro dos dias atuais se cansou de ver a forma como o Brasil, e ele mesmo, cidadão, está sendo tratado. Cansou-se do descaso e da mentira. Cansou-se da corrupção e de ver que quem ocupa o Planalto pensa que ele é bobo. Cansou-se do desmando e do marketing eleitoral. Cansou-se dos crimes de lesa pátria.

Cansou-se de perceber que o seu grito, perante as instituições, está ecoando no vazio. Exemplifico com um único argumento: a alta cúpula dos senadores do PSDB preferiu participar de uma festa em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Nova Iorque do que ralar durante mais de oito horas em uma comissão do Senado que sabatinou Luiz Edson Fachin. Nem vou aqui discutir o mérito de FHC receber tal homenagem. Mas, vou lembrar que um comandante não deixa o campo de uma batalha importante para confraternizar em um país estrangeiro. Primeiro o trabalho, ou a obrigação; depois o lazer.

Cansado de tanta coisa errada o brasileiro se volta naturalmente para a instituição que é um baluarte de confiança: as Forças Armadas, sabendo que ali encontrará um porto seguro. Nem um único dos Presidentes militares enriqueceu na função, antes, ou depois dela. Todos são exemplos de probidade. As Forças Armadas, e seus integrantes, tem sido alvo de uma constante, cruel, aniquiladora campanha difamatória nos últimos anos.

Por muito menos do que isso já vi homicídios acontecerem. E como reagem seus integrantes? Calados, como manda a hierarquia e a disciplina dos bons soldados profissionais. Alguns, após deixarem o serviço ativo, passam a expressar a sua opinião. E quando surgem as críticas, elas nem sequer de longe se assemelham ao caudal de insultos que recebem. E justamente por isso, tem sido agora alvo de impropérios também por parte dos chamados “intervencionistas” que não entendem porque os militares não atendem ao seu apelo e põem logo para correr quem está surrupiando as riquezas da nação.

Fato é que quando a população pede a intervenção militar o faz porque compara em termos éticos e morais o que foram os governos dos cinco presidentes militares e o que é o atual ciclo de governo petista. Veem o óbvio: naquela época, quem governava o Brasil se importava com o país. Preocupava-se com o nosso futuro. Houve falhas? Claro que sim. Seres humanos acertam e erram. Faz parte da nossa natureza. Mas, além dos erros estava o sincero desejo de acertar pelo bem comum. E um amor sincero e imorredouro pelo Brasil. Nossa Pátria.

Não, a “pátria grande” pregada por quem hoje ocupa transitoriamente os corredores do Planalto. Hoje, o único desejo dos atuais governantes é o de se perpetuar no poder. Aparelhar o Estado. E ao contrário de Robin Hood, tiram dos pobres e servem aos ricos, eles mesmos (vide o ajuste fiscal sendo aprovado no Congresso através da mercantilização de cargos no governo). Para isso, fazem acordos espúrios, negociam mamatas, inventam esquemas, reinventam a corrupção.

Quem hoje ocupa o poder e mesmo uma parcela da população está se esquecendo de um detalhe ao não entender o aparente alheamento dos integrantes das Forças Armadas: o militar profissional é antes de tudo um cidadão brasileiro. E como cidadão acompanha par e passo o que ocorre no seu país. Sente-se constrangido quando vê um ex-presidente (que já foi seu comandante em chefe) ameaçar a população com uma guerra civil com um exército formado por milicianos. Entristece-se quando percebe que sua nobre profissão de defender a pátria lhe reduziu a um papel de polícia, mas, ciente de seu dever, obedece e vai apaziguar com sua autoridade o morro de onde o marginal expulsou a polícia.

O militar, da ativa e da reserva – remunerada ou não – está ciente de seu dever e de seu solene juramento, de oferecer o supremo sacrifício da própria vida. Reza contrito pela paz, pois sabe das agruras da guerra. E sabe porque atualmente está em Angola, Haiti, Costa do Marfim, Libéria, Colômbia, Saara Ocidental, Congo, Sudão do Sul, Sudão, Líbano e Chipre com mais de 1700 soldados e oficiais das três Forças – Exército, Marinha e Aeronáutica.

E mais de 27 mil homens já participaram de 30 missões de paz da ONU no exterior em locais conturbados por guerras e catástrofes. O militar ouve o clamor popular. Mas, percebe, que sua hora ainda não chegou. Ainda não se esgotaram todas as alternativas democráticas. Mas, vigilante e consciente de sua missão, aguarda o comando.

E, no momento certo, saberá seguir o exemplo de três anônimos heróis brasileiros, os soldados Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Rodrigues e Geraldo Baeta, que durante uma das mais sangrentas batalhas que a Força Expedicionária Brasileira participou na sua vitoriosa campanha na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, mesmo isolados e sem contato com sua tropa, não se entregaram, atentos ao juramento de sangue que um dia fizeram e demonstram tamanha coragem no campo de batalha que foram homenageados pelo próprio inimigo alemão, que parou de guerrear por alguns momentos e enterrou os três soldados brasileiros, escrevendo sobre a tosca cruz de madeira a inscrição: “DREI BRASILIANISCHE HELDEN” (TRÊS HERÓIS BRASILEIROS).

Os heróis são assim mesmo: pessoas comuns, muitas vezes anônimos, mas quando chamados ao dever, no tempo certo, transformam-se e lutam ferozmente para defender aquilo em que acreditam.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar”. (Eclesiastes 3:1-3)

domingo, 17 de maio de 2015

Gostaria de saber Até quando o Brasil vai conviver com a violência

No Brasil os indicadores da violência (homicídios, roubos, furtos, etc.) e do tráfico e consumo de drogas estão subindo vertiginosamente. É um paradoxo, uma vez que nunca se legislou tanto em matéria penal, nunca se aparelhou tanto o judiciário e o ministério público e nem se investiu tanto no aparato policial. Algo está muito errado. Na verdade, embora se fale tanto em “direitos humanos”, nunca a sociedade brasileira se sentiu tão acuada e destituída de segurança diante da criminalidade. Em anexo o texto que escrevi: “A Violência Está Aumentando! Cuide da Sua Família”, como uma reflexão sobre o problema, além de uma contribuição para o debate.


A Violência está aumentando! Cuide da sua família!

Certa noite em meados de 2013 estava teclando o controle remoto em busca de algo interessante para assistir na televisão, quando acessei canal que transmitia um debate. Embora tendo perdido o início, acompanhei um pouco o programa. Percebi que o personagem central era a viúva de um preso - julgado e condenado por usar seu negócio como fachada para receptação e comercialização de produtos roubados- que foi morto durante conflito entre facções rivais dentro do presídio.

Ela se insurgia contra a prisão, pois embora reconhecesse que o falecido marido cometeu os crimes pelos quais foi condenado, declarava que ele era um homem bom e que nunca praticou nenhuma violência, uma vez que apenas recebia e repassava os produtos roubados, e, portanto, segundo ela não merecia a pena de prisão que lhe foi imposta.

Além disso, a viúva acusava o governo de não investir satisfatoriamente no sistema prisional, e, por esse motivo, considerava que o poder público era diretamente responsável pela morte do marido. Os demais participantes não questionaram e nem opuseram qualquer ressalva ao discurso da viúva.

No geral as opiniões emitidas estavam direcionadas apenas para a falta de investimento no sistema penitenciário, tornando os presídios meros depósitos de presos, sem expectativa satisfatória de recuperação dos criminosos condenados.

Caso o objetivo dos responsáveis pelo programa, tenha sido o de esclarecer os expectadores a respeito do sistema prisional brasileiro, sua falência e urgente necessidade de reforma, sem dúvida perderam uma ótima oportunidade de realmente contribuir com o debate proposto.

Em primeiro lugar, o programa deixou escapar a oportunidade de extrair das declarações da viúva, lições importantíssimas sobre o entrelaçamento da criminalidade na sociedade brasileira. Vamos aos fatos:

1) Para a viúva o Estado é o único culpado pela morte do seu marido, seja pelo fato de tê-lo sentenciado indevidamente, seja por não ter garantido a integridade física dele na prisão. Esse posicionamento está apenas parcialmente correto, uma vez que diante do reconhecimento e comprovação dos crimes, a sentença condenatória foi justa, porém, como não impediu o conflito entre as facções dentro do presídio, o que teria salvado a vida do apenado, é inegável que o Estado foi negligente. Entretanto, ainda há uma questão em aberto.

Considerando que a viúva demonstrou ter conhecimento a respeito dos negócios do companheiro, seria possível afirmar que em alguma medida foi responsável por sua morte? Ela chegou a confrontá-lo exigindo que parasse de repassar produtos roubados, inclusive, ameaçando-o com medidas extremas - como, por exemplo, afastá-lo de casa - ou pelo contrário foi conivente ou mesmo o incentivou a continuar na senda da criminalidade?

Caso o falecido marido não estivesse conseguindo auferir renda suficiente com a comercialização de produtos adquiridos licitamente, se ela chegou a procurar trabalhos remunerados mais humildes como lavar roupa, fazer faxina, etc., de maneira a complementar a renda familiar, evitando que ele recorresse ao comércio de produtos roubados?

Deveriam ser perguntas fundamentais no debate da televisão, uma vez que mesmo reconhecendo a negligência do Estado, se ela nunca tentou afastar o cônjuge da vida criminosa, ou pior, se o incentivava direta ou indiretamente, inegavelmente também teria responsabilidade na tragédia, e, portanto, suas mãos estariam manchadas com o sangue dele.

2) Ademais, a viúva declarou que o marido era um homem bom e que nunca cometeu nenhuma violência, uma vez que apenas recebia e repassava os produtos de origem criminosa. Nada mais irreal e ilusório. Nenhuma quadrilha rouba vários veículos e motocicletas em um dia ou assalta um caminhão de carga, pelos bens e produtos em si. Na verdade, quer o dinheiro advindo do repasse do que for roubado. E nesse ponto entra a figura do receptador, que usa o seu negócio e os seus contatos para comercializar os produtos ilícitos.

Portanto, trata-se de uma equipe que opera apenas se cada participante estiver disposto a cumprir o seu papel. Ora, se o receptador sabe que sem a sua retaguarda os comparsas não vão praticar os roubos, e tem ciência que eles estão dispostos a agredir e até matar durante os assaltos, consequentemente assume o risco da violência, e, portanto, é moralmente tão culpado quanto aquele que puxa o gatilho.

3) A viúva também questionou o fato do Estado não investir no sistema prisional. É uma alegação curiosa partindo dela, pois as mercadorias repassadas pelo falecido marido não eram adquiridas através de fornecedores legalmente estabelecidos, e, portanto, não havia emissão de notas fiscais de compra. Por sua vez, incapaz de comprovar a origem dos produtos, certamente ele não emitia notas fiscais de venda. Diante do exposto, quanto foi sonegado em tributos no esquema?

Além disso, com custos fixos artificialmente reduzidos, conseguia comercializar os produtos abaixo do valor de mercado, prejudicando toda a concorrência, que, por vender menos, igualmente recolhia menos tributos, dispensava funcionários, etc. Verdadeiro círculo vicioso destrutivo na economia. Com menos dinheiro, certamente o Estado diminuiu investimentos em saúde, educação, infraestrutura e, é claro, no sistema prisional também.

Como visto, as implicações das declarações da viúva são imensamente maiores do que o debate do programa em si, que, aliás, perdeu completamente o sentido ao deixar de questionar o comportamento dela em relação a vida criminosa do marido. De fato, não é possível entender como alguém pode dormir tranquilo, sabendo que a casa é mantida com dinheiro proveniente do repasse de produtos roubados, indiferente se alguma vítima foi agredida ou morta durante o assalto e insensível para a dor de famílias que perderam entes queridos.

Em segundo lugar, o programa cometeu um equívoco bem comum, ao tratar a questão do sistema prisional como uma entidade autônoma, quando na verdade, o aprisionamento do criminoso em uma penitenciária nada mais é que o ato derradeiro de um encadeamento de eventos que teve como antecedentes a prática do crime, passando na sequência pelo inquérito policial, denúncia, julgamento e condenação.

Portanto, devemos reconhecer que ações pontuais visando melhorias em uma variável dessa complexa equação não terão efeito satisfatório e duradouro, o que seria obtido apenas com ações complexas abrangendo toda a cadeia de eventos. Para compreender isso, peço ao leitor que considere duas situações hipotéticas. Em uma delas, imagine por um momento que o marido não morreu na prisão e que a viúva na verdade é uma esposa aguardando a progressão de regime e a volta dele para o convívio doméstico.

Qual a efetividade do trabalho de reeducação do apenado dentro do sistema prisional, se ao retornar para a sociedade, em seu próprio lar encontraria uma esposa inconformada, opinando que ele foi injustiçado, preso e condenado indevidamente? A reincidência seria quase uma certeza, com a perda de todo o esforço feito na prisão para a recuperação do preso.

Agora, peço ao leitor que imagine outra situação, na qual o casal tenha um filho pequeno, que com a morte do pai venha a ser criado apenas pela mãe. Não é difícil imaginar que crescerá órfão, ouvindo dela que o pai foi preso arbitrariamente, que ele não era verdadeiramente criminoso e que morreu por negligência do sistema prisional.

Para essa criança qual seria a validade do nosso ordenamento jurídico, e, especialmente de uma lei que venha a reduzir a maioridade penal? Provavelmente nenhuma. Serão sempre regramentos de um Estado injusto, o mesmo que um dia foi responsável pela morte do pai. A semente de uma vida criminosa teria sido plantada.

Não pense que faço aqui apenas críticas direcionadas. Até considero justo que a viúva acione o poder público requerendo indenização pela morte do marido; porém, também considero igualmente justo que responda por qualquer ato ilícito que tenha praticado em apoio a vida criminosa dele antes da prisão. É preciso lembrar que a violência cresce ano a ano no país, a despeito das leis, do aparato policial, do judiciário e dos presídios.

Enquanto isso, a sociedade continua errando ao delegar para o Estado o controle do problema, fugindo da sua própria responsabilidade. Este erro está custando caro. Para o poder público, legislar é a solução. É mesmo?

A sociedade foi informada que o Estatuto do Desarmamento seria a chave para o controle dos assassinatos com armas de fogo, porém, as estatísticas estão indicando que ano a ano o Brasil não só bate seus próprios recordes nessa matéria, como inclusive, vem sistematicamente desbancando no ranking mundial, outros países usualmente violentos, alguns até em guerra civil.

Foi alegado também que a Lei dos Crimes Hediondos seria a solução para os delitos praticados com crueldade, porém, casos como o do casal Richthofen morto a pauladas enquanto dormia, ou da pequena Isabela Nardoni jogada pela janela do apartamento onde residia ou mesmo do executivo Marcos Matsunaga morto e esquartejado (para citar apenas ocorrências na cidade São Paulo), indicam o contrário.

Na verdade, para reverter esse quadro de violência epidêmica, temos que agir efetivamente em duas linhas, ou seja, de um lado impedindo que indivíduos entrem na vida de crime e na outra ponta recuperando aqueles que já entraram. Em ambos os casos, é inegável que o cerne da luta se dará dentro do núcleo familiar.

Ora, enquanto a sociedade brasileira for induzida a pensar que o amor de uma esposa lhe dá o direito de fechar os olhos para os atos criminosos do marido, ou que o amor dos pais pode justificar o acobertamento dos desregramentos dos filhos, a violência continuará aumentando.

A realidade é que você não pode fechar os olhos para a criminalidade dentro de sua casa sem se tornar cúmplice dela. Pense nisso, para o bem da sua família e de toda a sociedade.