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segunda-feira, 18 de junho de 2012




FESTA... OU BAGUNÇA?

Uma cidade como Nova Iguaçu, cujo Centro, já no seu cotidiano, espelha as deficiências urbanas, agravadas pelo grande afluxo de veículos e de pessoas, sim, esta Cidade já possui, no seu dia-a-dia, problemas de transporte e de locomoção, e não deveria ser lícito a uma instituição, por conta de uma festa dita religiosa, promover um transtorno ainda maior nas principais vias de acesso e de saída do Centro desta Cidade, onde o conceito de ordenamento urbano tem “status” de ideal utópico.Pontos de ônibus repentinamente mudados, vias importantes e fundamentais fechadas, mãos de trânsito alteradas, a população mais simples, de vida normalmente difícil, tendo que transitar caoticamente em meio à desinformação que é estabelecida... e tudo em prol da instituição igreja católica reafirmar um poder que já não é hegemônico, mas apenas ainda dita certas regras porque conta com a conivência dos poderes administrativos municipais constituídos. Alguém me explique como isso ocorre em um Estado declarado, constitucionalmente, como laico. Por conta desse inequívoco estado de coisas, órgãos da administração urbana da Cidade são mobilizados e canalizados para, com prioridade, darem suporte privilegiado à programação “tradicionalesca” de uma festa que, se tiver mesmo um fundamento religioso, se for para louvar a condição piedosa de um canonizado por Roma, falha, já de primeira mão, ao instaurar o caos urbano entre uma população majoritariamente pobre e sem voz e conhecimento para reivindicar e questionar tudo o que lhe é imposto. Dentro da catedral, a missa (ou as missas – não sei detalhes da programação), com os fiéis acorrendo para exercer as práticas da sua crença. Até aí, tudo bem, com toda a liturgia, em louvor do “padroeiro”, com orações, hinos, preleções, e, quem sabe, até leitura e reflexão bíblica; porém, na saída da catedral, os assim fiéis são convidados (e até induzidos) à infidelidade, pelos apelos das barracas de “caipirinhas”, “caipivodkas” e “caipi-tudo”, pelas músicas mundanas, muitas das quais licenciosas (principalmente “funks” e forrós com letras de alusões claras a sexo, bebedeira, bagunça, enfim...).

 É meio que parecido com o carnaval, “festa” (prefiro dizer bagunça!) da carne (é o significado do nome!), onde, por três dias (já não são apenas três!), todos os participantes estão autorizados” a “esbanjarem-se”, “acabarem-se”, com bebidas, orgias, com as mulheres servindo como objetos de consumo descartável, seus corpos à mostra, numa babilônica demonstração de licenciosidade oficializada pelos fruto$$$ que rende para grupos detentores dos “privilégios” para capitalizarem o que é rentável no dito “evento”. Voltando à festa do “padroeiro”, é claro que há famílias que saem da liturgia e não se espalham pelas barracas de bebidas, limitando-se a cocadas e algum refrigerante, indo, depois, jantar em um refinado restaurante, com os seus entes queridos, preservando-os da intensificação de ritmo que a festa adquire. Destes, a maioria encaminha-se cedo para o sossego e a paz dos seus lares. Muitas dessas famílias são notórias, importantes descendentes dos fundadores ou dos “mantenedores” da Cidade, e o seu respaldo à festa acaba respaldando, sem que se deem conta, todas as situações oriundas da mesma.E os que não permanecem nas ruas do Centro da Cidade pela noite e madrugada, não podem constatar no que a “festa” se torna. Bebedeiras, brigas, prostituição, drogas pelas ruas escuras, tudo por conta da extensão da festa do padroeiro.E o pior é que muitos argumentam que a festa vira bagunça, pela madrugada, porque a população pobre não sabe divertir-se direito, bagunçando desta forma um evento tão “pio”. Os que assim argumentam não consideram que toda a bagunça já é anunciada pela existência de barracas oficiais de bebidas, em uma variedade que deveria ser alarmante, autorizadas pelos organizadores e mantenedores desta festa, cujo saldo, em termos de benefícios para a população, precisa ser melhor avaliado, com bom-senso e vontade real de mudança e melhoria, em todos os sentidos, deste lugar em que tantos vivem e escolhem gerar e criar seus herdeiros.adsumus

Um comentário:

  1. CONCORDO!!! Além disto devemos frisar que após qualquer festa a faxina se faz necessária. Alô Prefeitura!!! Porem o trecho da Av Mal Floriano Peixoto, centro, beirando a linha férrea É MERDA PURA. Muitas línguas negras empossadas ao longo do meio-fio é vista e sentida, devido a rede de esgoto estar completamente estagnada. De madrugada, os mijões perambulam pela via deixando seus rastros. Não existe serviços e muito menos fiscalizações.

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