Que existe corrupção e roubo de dinheiro público em, praticamente, todos os países do mundo, nós sabemos. Mas, nos últimos 12 anos, o Brasil foi sacudido por uma avassaladora onda de corrupção e roubalheira descarada de dimensão incomparável. É uma parafernália de fraudes e escândalos, como:DELTA ,CACHOEIRA, correios, valerioduto, mensalão, efeito Duda, dólares na cueca, sanguessugas, caixa-dois, vampiros, suborno Genuíno, escândalo Pallocci, grampos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral e dossiê Vedoin.
O Procurador Geral da República denuncia uma quadrilha de 40 componentes que, roubando dinheiro público, distribui a malfeitores do Congresso em troca de aprovação de emendas constitucionais, visando estabelecer bases de uma hegemonia neopopulista de longa duração, conforme peça enviada à justiça.
Os prejuízos financeiros deste elevado nível de corrupção é algo fantástico. Segundo cálculos do IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cerca de um terço da carga tributária está sendo desviado por esta corrupção. Veja que a nossa carga tributária é uma das maiores do mundo, chegando a 38% do PIB - Produto Interno Bruto.
Este dinheiro que deveria estar sendo revertido em educação, saúde, moradia, infra-estrutura e segurança da população vai parar nos bolsos destes servidores públicos delinqüentes e sem índole.
Apesar de tudo, ninguém foi preso, a não ser uns gatos pingados de peixinhos pequenos. Isto mostra a nossa cara de país da impunidade, sem lei e sem justiça.
A grande maioria dos deputados envolvidos nos escândalos foi absolvida por seus companheiros em um conluio jamais visto na história da Câmara. Sem constrangimento, homens públicos que, comprovadamente, participaram das falcatruas se candidatam e são reeleitos a seus cargos políticos pelo voto dos brasileiros, que assim passam um atestado definitivo que podem continuar roubando.
A corrupção está trazendo a reboque um problema econômico, pois, além de desviar recursos públicos, está inibindo os investimentos de empresários brasileiros em suas empresas e reduzindo a credibilidade do país com perda de investimento do capital estrangeiro, como confirmado pelo Banco Mundial.
Mas o pior de tudo isso é que estamos perdendo o patrimônio mais precioso que uma Nação pode conquistar: o senso ético de seus governantes. O que é extremamente grave: o exemplo espalhou-se; os brasileiros, progressivamente, foram admitindo e aceitando o vazio moral, banalizado pela corrupção endêmica, intelectual e material. Parte da população passou a usar os mesmos métodos, crentes da impunidade. Formadores de opinião vêm a público e dizem: "utilizamos sim caixa 2, todos usam", "política só se faz com mãos sujas"; "não estou preocupado com a ética do PT, ou qualquer outro tipo de ética, estou preocupado é com o jogo do poder"; " mensalão não é roubo, é jogo político" .
E ouvindo, ficamos indignados, mas sem capacidade de reação, porque ao se pregar contra a falta de ética, neste momento, corre-se o risco de ser ridicularizado. Mas aí vem as perguntas: Que tipo de vida estamos aceitando? Como punir os bandidos, que trazem a violência do dia-a-dia, se os bandidos maiores estão soltos e ricos? Que mundo estamos legando para nossos filhos?
No meio desta névoa, vem a definição de NAÇÃO: "O conjunto de pessoas que se originam da mesma cepa, fala a mesma língua, tem os mesmos usos e costumes, as mesmas tradições, as mesmas aspirações, de tal maneira que tudo isso faça nascer uma unidade étnica e histórica".
Dói, mas temos de reconhecer que ainda não conseguimos nos tornar uma NAÇÃO.
Esta é a minha opinião.ADSUMUS
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