O senador Delcídio Amaral, preso em flagrante na manhã de hoje depois de planejar a fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, pretendia encontrar-se com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular as delações obtidas no curso da Operação Lava Jato.
Em gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, o advogado do petista, Edson Ribeiro, orienta Delcídio a procurar o ministro do STF, Luiz Edson Fachin, e pressioná-lo a anular todos os depoimentos obtidos pela Polícia Federal. Segundo Ribeiro, Fachin “é o que mais ajuda” os investigados.
“Eu estou com aquele outro HC [habeas corpus], que está na mão do Fachin. Se a gente anula aquilo, a situação de todos está resolvida. Porque aí eu vou anular [as delações] em cadeia. Eu anulo a dele, Paulo Roberto, anulo a do Fernando Baiano (…) Por quê? Porque eu estou homologado pelo Supremo. Aí eu consigo anular a do Ricardo Pessoa (…) Consigo anular a do [Pedro] Barusco e a do Julio Camargo”, detalha Ribeiro.
O senador então diz que o ministro “é boa gente” e pede a seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, para que marque um “café” com o magistrado. Ferreira e Ribeiro também foram presos pela Polícia Federal.
Em outro trecho da conversa gravada pelo filho de Cerveró, Delcídio diz que teria que “centrar fogo no STF” e estudava uma maneira de se aproximar de outros membros da Corte.
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