A Caixa Preta dos Fundos de Pensão – principalmente os dos empregados das maiores empresas estatais – corre o risco de ser escancarada pelos novos passos da Operação Lava Jato – que investiga o esquema de lavagem de mais de R$ 10 bilhões. Já existem provas de que alguns fundos de servidores municipais foram usados em esquemas iguais aos do mensalão, para lavagem de dinheiro e repasse aos políticos corruptos. Se o escândalo atingir também os bilionários fundos das empresas de economia mista, derruba o governo ou inviabiliza a reeleição de Dilma Rousseff.
Esse é o maior e mais imediato temor da alta cúpula do PT e de seus parceiros do PMDB. Por isso, a tática é aproveitar o clima festivo de Copa do Mundo da Fifa, para tentar jogar para escanteio a CPI da Petrobras – que tem tudo para escancarar a porteira de revelações sobre os fundos (aparelhados em sua gestão por dirigentes ligados ao PT, desde o começo de 2003, quando Lula e seu cardeal José Dirceu assumiram o governo. A cúpula do PMDB também teria “loteamentos” semelhantes – agora alvos das apurações.
Agora, as diferentes forças tarefas do Ministério Público, Receita e Polícia Federal, que atuam nos desdobramentos da Operação Lava Jato, têm a complicada missão de descobrir se o doleiro Alberto Yousseff tem relações milionárias com grandes fundos de pensão de empresas “estatais”. Por enquanto, só se sabe que, entre 2012 e 2013 uma das empresas controladas por ele, a Marsans Brasil, conseguiu angariar cerca de R$ 23 milhões de reais de fundos de previdência dedicados a garantir pensões de servidores aposentados.
Segundo a Veja, desde pelo menos 2010, o doleiro Alberto Youssef ajudava na coleta de recursos para campanhas de políticos. Nos últimos meses, esbanjava intimidade com o poder. Tinha contatos frequentes com os deputados federais André Vargas (ex-PT) e Luiz Argôlo (SDD). Articulava negócios com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com quem é acusado pelo Ministério Público de ter desviado mais de 8 milhões de reais de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. E é acusado ainda de comandar um laboratório farmacêutico que conseguiria faturar até 35 milhões de reais, em cinco anos, na venda de medicamentos com uma parceria chancelada pelo Ministério da Saúde.
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