Operação Lava Jato: Lindbergh depõe e entra em contradição com ex-diretor da Petrobras Investigado no STF por suspeita de ter recebido dinheiro de Paulo Roberto Costa, senador petista nega encontros confirmados por delator
Investigado no Supremo Tribunal Federal no âmbito da Operação Lava Jato, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal no qual entra em contradição com afirmações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e com o ex-assessor do PP João Cláudio Genu.
No depoimento, prestado no dia 30 de março e remetido ao STF nesta semana, o petista reconhece que teve encontros com Costa para tratar da área de Petróleo e Gás no Rio de Janeiro, conforme já havia admitido publicamente. Em uma das reuniões, segundo ele, pediu ao ex-diretor da Petrobras uma "sugestão" de empresas para que pudesse apresentar sua proposta de campanha eleitoral e pedir doações legais. Lindbergh Farias perdeu as eleições para o governo do Rio de Janeiro, derrotado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), também investigado na Lava Jato, no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Petrolão atinge cúpula do PT no Senado
O encontro, segundo Lindbergh, teria ocorrido em 2014, em um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro. O petista nega que João Cláudio Genu tenha participado da reunião e diz que não conhece o ex-assessor do PP.
Já Genu, em depoimento colhido em 9 de abril, disse ter conhecido Lindbergh entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, através de um chamado de Paulo Roberto Costa. Segundo o ex-assessor do PP, Lindbergh disse que o ex-diretor da estatal integraria sua equipe com uma secretária na área de Energia. Genu afirmou ainda que a captação de recursos para a campanha do petista foi tratada e que Costa se comprometeu a contatar empresas conhecidas para contribuir.
Uma outra reunião ocorreu, segundo Genu, em um restaurante em Copacabana. As mesmas pessoas estavam presentes e foram detalhados os potenciais doadores para a campanha de Lindbergh.
Paulo Roberto Costa afirmou, em delação premiada, que uma reunião aconteceu em um hotel no bairro de Ipanema com a presença de Lindbergh, Genu e mais três pessoas. Segundo o ex-diretor da Petrobras, Genu elaborou na ocasião uma tabela manuscrita com as doações oficiais para a campanha de Lindbergh. Ele também disse que intermediou o pagamento de 2 milhões de reais para a campanha do petista ao Senado, em 2010, fato que Lindbergh confirmou.
No depoimento à PF, Lindbergh diz não reconhecer a planilha mencionada e afirma que o ex-diretor da Petrobras pode "ter se confundido". O petista também nega ter feito promessa de cargo a Costa caso vencesse as eleições fluminenses.
Os depoimentos fazem parte da investigação que apura se Lindbergh recebeu repasses ilícitos oriundos de propina envolvendo contratos da Petrobras para a campanha eleitoral. Em nota, o senador reafirma não conhecer Genu e diz que, se o ex-assessor do PP esteve em algum encontro de campanha, "onde compareciam dezenas de pessoas, a convite de terceiros", não o notou.
"Agora, esses fatos são da eleição de 2014. Quero registrar que, em seu depoimento, o próprio Paulo Roberto Costa afirmou que 'não viu nada de ilícito nessa iniciativa de contatar empresas em busca de doações, pois foi dito que seriam doações oficiais', além de reconhecer que 'não chegou a realizar nenhum contato com as empresas na tabela, pois acabou sendo preso em seguida'", destacou o senador.
fonte: estadão
fonte: estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário