Ordinário, Marche!
1- A presidente Dilma Rousseff voltou a usar, ao longo do dia de ontem, uma frase que havia dito logo após a eleição, quando o PSDB apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido para recontar votos. De acordo com um ministro, Dilma teria dito em conversa reservada: “Eu não sou Getúlio, não sou Jango, não sou Collor. Não vou me suicidar, não faço acordo, não renuncio”.
É uma comparação que só se encaixa no Getúlio, o único verdadeiramente corajoso deles. Ninguém governa sem fazer acordos. Ela os fez, e faz! Jango saiu com o "rabo entre as pernas", e Collor só renunciou após a abertura do processo de impedimento. Como conhecido, Dilma tenta reagir com fanfarronadas, como o "Eu não respeito delatores", magistralmente rebatido pelo Gabeira, no artigo "O Passado como Esconderijo", do seu blog, no qual diz:
Considero uma farsa comparar um empresário que enriquece com a Petrobras com os militantes que deserdaram na luta armada. Naquela época havia tortura. A denúncia, por mais condenável, visava à preservação física. E havia também um compromisso coletivo de tudo fazer para preservar a vida e a liberdade dos companheiros soltos.
Será que Dilma considera o grupo de empresários que manobrava as licitações na Petrobras companheiros que devam resistir a tudo para salvar os outros e o projeto do socialismo? Será que considera que o grupo mafioso formado por políticos e milionários tinha nosso mesmo objetivo pretérito: o socialismo, a ditadura do proletariado? Não acredito que ela coloque os interesses nacionais de uma investigação no mesmo nível das torturas e prisões do período militar.
E continua:
Ela não é tão pouco inteligente assim. Como comparar um sonho, ainda que equivocado, de transformação social, com o propósito puro e simples de roubar a maior empresa estatal? Será que ela considera todo o núcleo desbaratado e preso pela Polícia Federal uma célula transformadora, com outros objetivos além de enriquecer e se perpetuar no poder? Não acredito que ela confunda a VAR-Palmares com o Clube dos Empreiteiros. Nem que ela considere o Ricardo Pessoa aquele Bom Burguês, um homem rico que ajudava o MR8.
E conclui:
Alguns presos do mensalão entraram de punho erguido na cadeia. Eles queriam dizer que a prisão era apenas a continuidade de sua luta. Dilma achou a maneira simbólica de erguer o punho, ao ser revelado o elo do petrolão com sua campanha. Foi traída pela delação. Mesmo quando arruínam o país, querem passar por incompreendidos salvadores.
Essa declaração de hoje é, na verdade, um verdadeiro "tiro no pé", pois, ao admitir a renúncia, ou o impedimento, dá mais munição para a oposição e para todos os brasileiros que a querem fora do governo. É incompetente (não viu o óleo da corrupção escoando pelas suas pernas, quando ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras); irresponsável (fez os juros baixarem e, agora, estão nas alturas; reduziu as contas de luz que, agora, subiram muito mais!; não permitiu a paridade da gasolina com os valores internacionais e deu gigantesco prejuízo à Petrobras); e absurdamente, para um presidente, totalmente fora da realidade, pois nem se toca com um dígito de aprovação de seu pífio governo, no fundo do poço, no volume mais que morto, apesar de a assessoria de 39 ministros e de vários oportunistas afins!! Aliás, aproveitando o "fora da realidade", Fora Dilma!!!
2 - A bancada petista, ontem, tentou reagir à situação cada vez mais grave para o PT, que está vendo o poder escoar pelas suas mãos, especialmente pelas dos que já não têm todos os dedos.... O obscuro deputado Carlos Zaratini, do PT de São Paulo, vociferou a seguinte barbaridade sobre a entrevista do Diretor-Geral da Polícia Federal ao Estadão, na qual ele disse que "as investigações da Lava-Jato não vão parar nem se chegarem perto de Dilma, do ex-presidente Lula e de suas campanhas":
Eu não gostei. Esse diretor da Polícia Federal acha que ali é um quarto poder, que não tem que se submeter a quem foi eleito, a quem tem voto. Até os ministros do Supremo são indicados pela presidente da República e referendados pelo Senado.
Eis um deputado federal, em terceiro mandato, que foi vereador, deputado estadual, secretário de Transportes do governo de Marta Suplicy, mas não sabe que membros da Polícia Federal não são servidores do governo, mas do Estado. E que ministros do STF também não se subordinam ao governo, mas às leis, especialmente à CF, ou seja, também ao Estado. Vem-me à lembrança uma frase irretocável, perfeita e especialmente adequada ao deputado: ”Quando você se considerar muito importante, experimente dar ordens ao cachorro do vizinho...."
O deputado, ilustre desconhecido, teve seu momento de celebridade, evidentemente às avessas...
Caro leitor: aqui vai a sua foto, para, se o encontrarem por aí, dizer, como faço agora, parodiando o Boechat: "Deputado: vai procurar uma rola!!!"
Deputado Carlos Zaratini
3- O advogado de Pimentel -o príncipe petista, que usa, mas não toca em dinheiro sujo,-, Kakai – o advogado de celebridades e de políticos ascendentes e poentes, encrencados em malfeitorias, que, soi disant, usa a barba em homenagem a Lenin(?) -, disse que as despesas do resort Kiaroa, na Bahia, foram pagas por Carolina (mulher de Pimentel) e Juliana (amiga de Carolina), numa mentira–tentativa de demonstrar não haver envolvimento de dinheiro público no caso. Agora, o pai de Juliana disse que "a filha é vendedora de uma loja de shopping e que não teria renda suficiente para bancar as despesas de uma amiga num resort de luxo".
A imprensa precisa deixar de nos irritar com declarações de advogados de investigados, que desconsideram a sensibilidade e inteligência alheias. Eu só imagino a paciência que os juízes têm que ter para ouvir essas "consciências de aluguel", como bem disse Dostoievski.
Kiaroa, Kakai,...., Kokô...., Enxofre!
Faz-nos lembrar de Hugo Chaves, numa Assembleia-Geral da ONU, em 2006, quando disse, precedido de movimentos de rosto de que cheirava o ar: “Ontem, o diabo veio aqui. E ainda sinto cheiro de enxofre”, referindo-se ao então presidente americano, George W. Bush, que lá estivera no dia anterior.
Como se vê, conhecemos esse cheiro. É o cheiro do Brasil!
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