Enchente invade condomínio do Minha Casa, Minha Vida, em Duque de Caxias
http://g1.globo.com/videos/rio-de-janeiro/t/todos-os-videos/v/casas-entregues-a-vitimas-de-enchentes-ficam-alagadas-apos-temporal-no-estado-do-rio/2473664/
Moradores do condomínio Santa Helena foram atingidos pela enchente em Duque de Caxias |
Dois condomínios do Minha Casa, Minha Vida em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio, foram invadidos pela enchente causada pela chuva que atingiu o Estado entre a noite de domingo (17) e a madrugada de segunda-feira (18).
Os condomínios ficam localizados no bairro Parque Paulista, na região do terceiro distrito, o mais atingido pelas chuvas em Caxias. Os rios Saracuruna e Capivari transbordaram e levaram água e lixo para dentro das 389 moradias construídas no local.
Segundo os moradores dos condomínios, as casas foram entregues no começo do ano passado. "O problema foi eles [governo] ter construído as casas nesse local, que é um dos mais baixos do bairro", disse a estudante Adrieli Portela, 15. O acesso ao local só dá para fazer por barco.No bairro, diversas casas foram tomadas pelas águas. A Marinha foi convocada para auxiliar na retirada das famílias. O Corpo de Bombeiros também auxilia nos trabalhos, que são supervisionados pela Defesa Civil do município e o governo do Estado.
Em Santa Cruz da Serra, outro bairro do distrito, dezenas de casas construídas irregularmente às margens do rio Saracuruna também foram invadidas pelo transbordamento. Próximo dali, a Prefeitura de Duque de Caxias montou um centro de atendimento às vítimas das enchentes.
A aposentada Marli Rosa dos Santos, 62, contou que estava dormindo quando a água invadiu a casa. "Meu neto me acordou dizendo que havia água entrando pela porta e subindo pelo ralo do banheiro. Deu tempo só de pegar os documentos", disse.
Ela e os demais moradores do local afirmaram que a prefeitura não deu alerta de possibilidade de enchente e tampouco informou que a permanência no local era proibida por ser área de risco. "Eles nunca vieram aqui", disse Vanessa Pacheco Ribeiro Santos, 31, que mora há 26 anos no bairro.
O prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (PSB), afirmou que 18 mil pessoas na cidade moram em área de risco. "A intenção é retirar todas essas pessoas dessa situação. O mais importante é que as pessoas tenham consciência de que não é viável morar nas margens dos rios", disse.
Um decreto publicado no mês passado no município destinou mais 300 casas do Minha Casa, Minha Vida, para os moradores do bairro de Xerém. A localidade foi uma das mais atingidas nas chuvas ocorridas no começo do ano.
Prédios para vítimas de tragédia no morro do Bumba apresentam rachaduras
A entrega de apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida destinados a sobreviventes da tragédia do morro do Bumba, há três anos, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, deve ser adiada pela construtora responsável pelas obras. A inauguração estava prevista para julho deste ano, mas as obras foram parcialmente paralisadas pela empreiteira Imperial Serviços Limitada.
Segundo informações da "TV Globo", dois dos 11 edifícios que integram o conjunto habitacional Zilda Arns II, situado no bairro do Fonseca, apresentam rachaduras, e pelo menos um dos imóveis terá que ser demolido. Na quarta-feira (20), representantes da Caixa e da Imperial participaram de uma reunião a fim de debater sobre o problema. Na versão da empreiteira, as rachaduras teriam sido causadas por acúmulo de água no solo.
Histórico de irregularidades do Minha Casa Minha Vida
Brasília – Quatro anos após o lançamento do projeto que prometia ser a concretização do sonho da casa própria para milhares de famílias, o caso de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, está longe de ser o único exemplo de problema do programa habitacional do governo federal intitulado Minha Casa, Minha Vida. Em várias regiões, o programa apresenta uma série de dificuldades em seus empreendimentos e não poupa dores de cabeça aos beneficiários. Em Goiás, esta semana, interrupções no fornecimento de água de habitações já entregues e em construção causaram a suspensão de novos financiamentos do programa nos municípios de Águas Lindas, Novo Gama, Valparaíso, Cidade Ocidental e Luziânia, no entorno do Distrito Federal.
Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, o problema foi a falta de luz. Reportagem do jornal O Globo publicada em março de 2012 revelou que prédios e até bairros praticamente abandonados. As novas edificações, prontas para receber as famílias mais pobres, estavam desocupadas por conta da falta de ligação de energia. Problemas semelhantes também foram verificados em Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.
Nem mesmo o primeiro empreendimento do Minha Casa, Minha Vida escapou das irregularidades. Em 2011, apenas seis meses após a entrega das chaves do Residencial Nova Conceição, em Feira de Santana (BA), vários apartamentos já eram comercializados ilegalmente. Grande parte ainda foi abandonada porque os moradores não tinham condições de pagar as prestações de R$ 50 mensais. O condomínio recebeu duas visitas do ex-presidente Lula, na ocasião, e foi, inclusive, utilizado no programa eleitoral de Dilma Rousseff como um exemplo bem-sucedido de política pública para os mais pobres.
Outro problema denunciado pelos jornais foi o uso de mão de obra escrava. Em março de 2011, fiscais encontraram em Americana, interior de São Paulo, 64 trabalhadores vivendo em condições precárias análogas à escravidão. Recrutados no Nordeste, os operários recebiam um adiantamento para cobrir despesas da viagem, alimentação e hospedagem, e não podiam abandonar os empregos até que suas “dívidas” estivessem pagas. Já em outubro deste ano, o Ministério Público do Trabalho constatou haver indícios de trabalho escravo em uma obra do Minha Casa, Minha Vida em Penedo, interior de Alagoas. Entre os problemas verificados estavam a falta de carteira assinada, pagamentos em atraso, ausência de equipamentos de proteção, falta de água potável e moradia inadequada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário