Afetada psicologicamente pelo panelaço-buzinaço de domingo à noite, Dilma Roussef foi obrigada a justificar por que terá de almoçar hoje com o Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva, certamente para discutir o indigesto tema da reação antecipada que o PT e aliados radicalóides programam, na sexta-feira 13, contra a megamanifestação popular prevista para domingo, dia 15. Novamente, Dilma faz o Brasil morrer de rir com seu argumento para beijar a mão de Lula - sempre acusado de mandar no desgoverno dela: "O presidente Lula é uma liderança que sempre contribui, porque ele tem noção de estabilidade e tem compromisso com o país. Ele não é uma pessoa que gosta de botar fogo em circo".
Só Dilma finge desconhecer que Lula já botou fogo no circo, seguindo aquela máxima de que "a alegria do Palhaço é ver o circo pegar fogo", quando rompeu criminosamente com a ordem democrática, no ato da ABI em defesa da Petrobras, ao convocar o emprego do "exército do Stédile" contra seus opositores e inimigos. Dilma também finge ignorar um movimento tático ousado que já começa a ser considerado por alguns cardeais petistas: a renúncia programada da Presidente da República, para evitar que o esquema saia do controle deles. Juristas abertamente ligados ao PT já tratam do assunto publicamente. A cúpula partidária aborda a questão "secretamente" - como se isto fosse possível no Brasil da arapongagem ampla, geral, irrestrita e ilegal.
O PT tem um plano B para enfrentar o desgaste político que chega ao extremo, na beira do impasse institucional que se aprofunda a cada dia, a cada delação da Lava Jato, a cada aumento da inflação, da carestia e do desemprego, e a cada bobagem dita e feita pelos dirigentes partidários e do próprio desgoverno. A "saída" petista seria investir, abertamente, naquela "revisão constitucional" que nunca se teve coragem de apresentar publicamente. O plano só esbarra no extremo desgaste do Congresso - sem legitimidade para propor mudança de qualquer coisa, enquanto os presidentes da Câmara e do Senado figuram como "investigáveis" no Petrolão. O "golpe" constitucional é visto como a única saída viável para o PT continuar sua hegemonia no Estado que vem aparelhando, de forma intensa, há mais de uma década.
A máquina nazicomunopetralhabolivariana ainda tem outras cartas na manga. A principal delas é aproveitar a crise econômica para arrasar, de vez, com os principais veículos de comunicação da chamada "imprensa golpista" que incomodam mais o regime da República Sindicalista. O plano consiste em cortes de publicidade oficial, cobranças de impostos (sempre em atraso) e pressões sindicais para ações trabalhistas de alto valor, junto com uma rigorosa fiscalização seletiva do Ministério do Trabalho nestas empresas. Os ataques também vão atingir as famílias que controlam os "feudos" midiáticos, ainda mais agora, porque estão aderindo e incentivando a onda de protestos e pedidos de impeachment. Na mesma linha, os petistas investem na criação de novos grupos de mídia, principalmente na área de internet, para que se tornem, em breve, candidatos a suceder as empresas que vierem a quebrar. Neste cenário de guerra, Globo e Abril devem se cuidar...
Enquanto o partido que a atura arma um golpe constitucional e midiático, Dilma demonstra fragilidade e absoluta falta de condição moral para continuar presidindo o País. Tanto que até acabou forçada a incluir o indesejável termo "impeachment" (que se popularizou) em seus discursos, como o de ontem: "Eu acho que há que caracterizar razões para o impeachment e não o terceiro turno das eleições. O que não é possível no Brasil é a gente não aceitar a regra do jogo democrático. A eleição acabou, houve primeiro e segundo turnos. Terceiro turno das eleições, para qualquer cidadão brasileiro, não pode ocorrer, a não ser que você queira uma ruptura democrática. Se quiser uma ruptura democrática, eu acredito que a sociedade brasileira não aceitará rupturas democráticas e acho que amadurecemos suficiente para isso. Eu acredito que a manifestação quem convocar convoque do jeito que quiser. Ninguém controla quem convoca. A manifestação terá as características que tiverem seus convocadores. Ela em si não representa nem a legalidade nem a legitimidade de pedidos que rompem com a democracia".
Dilma prosseguiu com sua indefensável defesa pessoal, na base da velha demagogia de sempre, fazendo a indevida comparação histórica entre o descalabro vivido agora e a tal "ditadura militar" a qual sempre recorre quando precisa se passar de "vítima": "Eu acredito que o Brasil tem uma característica que julgo muito importante e que todos nós temos de valorizar que é o fato de que aqui as pessoas podem se manifestar, têm espaço para isso e têm direito a isso. Eu sou de uma época em que, se a gente se manifestasse ou fizesse alguma coisa, acabava na cadeia, podia ser torturado ou morto. O fato de o Brasil evoluir, passar pela Constituinte de 88, passar pelo processo democrático e garantir o direito de manifestação é algo absolutamente valorizado por todos nós, que chegamos a democracia e temos de conviver com as diferenças, com as manifestações, o que não podemos aceitar é a violência. Qualquer forma de violência não podemos aceitar, mas manifestações pacíficas são da regra democrática".
O único probleminha, cara Presidenta Dilma, é que o Brasil, definitivamente, não é e nem nunca foi democrático. Por isso, nosso impasse institucional pode redundar em coisa muito pior que uma ditadura, com alto risco de guerra civil, já que os segmentos marginais e criminosos da sociedade nunca estiveram tão armados até os dentes quanto agora. O cenário de desgaste político e econômico nunca foi tão perigoso e imprevisível.
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