Há algum tempo, os médicos que integram o quadro de carreira das Forças Armadas vem lutando por mudanças na legislação que os impede de atuar também fora dos quartéis. Com o gigantesco fracasso das inscrições no Programa Mais Médicos, o governo federal quer agora aprovar projeto de emenda constitucional que autorize isso - é, se não estou enganado, a PEC 122 de 2011. Ocorre o seguinte: podem integrar as forças armadas aqueles médicos temporários que cumprem legislação tradicional aplicada aos MFDV (médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários) ou aqueles que vão "seguir carreira" nas forças armadas. Atualmente, mesmo nos postos de hierarquia mais alta, o salário desses profissionais é tão ruim que vários deles vêm se afastando da vida militar em definitivo.
O movimento, já antigo, que reivindica a possibilidade de trabalhar fora dos quartéis nada tem a ver com a necessidade da população de médicos em lugares remotos. É para ter um salário melhor que esses colegas querem essa lei. O que o governo quer fazer, mais uma vez, é uma jogada política e de extrema má fé...
Confundir a população apresentando esse tipo de projeto como uma saída para vergonha que passaram com as inscrições no Programa Mais Médicos.
Mais uma vez Dilma, o Ministro da Saúde, e a base aliada no Congresso vem com uma medida demagógica destinada a enganar a população. Não vão conseguir, de maneira alguma, obrigar esses médicos a trabalharem onde se faz necessário e muito menos fixá-los lá.
Ao contrário das ideias anteriores, porém, é necessário reconhecer que pelo menos "algum bom senso" parece existir nessa. Não há sentido em proibir, por exemplo, um médico militar que já está num posto de fronteira de atender no hospital da cidade mas divulgar para os pacientes a ideia de que isso vai melhorar a qualidade de seu atendimento é uma mentira fenomenal.
O Ministério da Saúde insiste em não reconhecer a necessidade de uma carreira de Estado para os médicos, nega mais recursos para a Saúde e continua tentando convencer as pessoas que a simples "presença" do médico pode resolver as necessidades da população.
Eu conheço varios médicos da MARINHA DO BRASIL. Afirmo a vocês que as condições de trabalho que lhe são oferecidas para eles lá quando comparadas àquelas que oferecem no SUS são infinitamente superiores.
Tudo é absolutamente diferente - a começar pelo respeito que tem com eles dentro dos hospitais e ambulatórios militares e que no SUS simplesmente não existe.
Vamos ver quanto tempo um médico militar consegue tolerar isso uma vez integrado a essa mentira vendida pelo governo. Nas forças armadas existe, ainda que pequena, uma rede efetiva de apoio aos pacientes graves, os transportes são muito mais rápidos e não se faz "medicina orientada por conveniências" como no sistema público.O número de médicos é adequado aos pacientes militares da ativa e da reserva e a carga de trabalho é infinitamente menor.Simplesmente não há como comparar com o verdadeiro inferno que é ser médico do sistema de saúde pública brasileiro e quem hoje, dentro das forças armadas, quer liberdade para outros empregos está pensando em buscá-lo na rede privada; não no SUS.
Até quando, pergunto eu, essa farsa vai continuar? Quais vão ser as outras medidas mágicas do PT de LULA e DILMA em relação ao problema. Liberar os médicos das forças armadas para trabalhar vai fazer com que estejam disponíveis mais leitos no SUS? Vai aumentar o número de cirurgias? Vai melhorar a rapidez de execução de exames?
Já se disse uma vez que o governo quer médicos que entendam de gente... Afirmo que nós queremos gente que entenda de médicos.E de mais hospitais e insumos básicos como medicamentos ,,,,ADSUMUS
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