Os poetas repentistas Jorge Macedo e Daniel Olímpio glosam o mote “Nenhum dorme uma noite atrás da grade e nem devolve um centavo pra Nação”.
Por que o brasileiro demora tanto a agir contra as coisas erradas – ou, na maioria das vezes, nem reage? Por que o brasileiro prefere se comportar de maneira indiferente diante de problemas e não se dá ao trabalho de pensar ou antecipar soluções?
Por que ficamos PTs da vida, ensaiamos reações verbais, gestuais ou até por escrito, nos mundo virtual, mas temos tanta dificuldade de persistência até que as coisas certas, a verdade e a justiça tomem superem os vícios, os preconceitos, os erros e as injustiças?
Semana passada, o Papa Francisco nos brindou com vários exemplos. Ensinou como um estadista deve pregar a mudança Política. Demonstrou ser humano, humilde, tolerante, solidário e participativo, muito além da simples e batida fórmula da liberdade, igualdade e fraternidade – muito evocada e quase nunca seguida. Acima de tudo, Francisco indicou que vale a pena seguir o exemplo de Jesus Cristo, sem meras prédicas, mas com um mínimo de vontade prática.“Excelente” – como diria o cínico Montgomery Burns, o bilionário canalha de Springfield, patrão do Homer Simpson. Todo mundo amou o que o Francisco disse na Jornada Mundial da Juventude de 2013, na paradisíaca São Sebastião do Rio de Janeiro. Aliás, a recente JMJ, no futuro, será considerada um dos marcos de transformação da humanidade (claro, se os complexos e complicados filhos de Deus derem uma efetiva colaboração).O papa foi pop, mas se foi, com uma lista de graves problemas para resolver no Vaticano – onde a maré não anda boa para os filhos do pescador Pedro... E a maioria dos brasileiros voltou à velha rotina apática de sempre. Será que nos falta amor, fé e esperança para fazer as coisas certas? Não é possível que sejamos escravos submissos diante de tanta coisa errada, que nunca se conserta, o que só amplia a margem dos erros ao inimaginável infinito.Em maior ou menor escala, os jovens continuam protestando nas ruas. Mas o clima é daquela velha frase do João Saldanha: “Quem reclama já perdeu”... Os protestos continuam muito centrados na constatação de problemas – e não na indicação de soluções objetivas, corretas, pragmáticas, para serem adotadas na hora certa, de preferência imediatamente.
Continuamos submetidos à ditadura do Governo do Crime Organizado. O Capimunismo tupiniquim, além da corrupção de todos os valores e espécies, produz novas formas de controle social – sempre seguindo as diabólicas receitinhas copiadas da Matriz que controla nossa periferia simbólica.
Alguém já parou para pensar sobre o real significado do mais recente instrumento de controle social em fase de ampliação, o tal do Cadastro Positivo? Por que devemos aceitar a imposição de um instrumento que vai controlar quem tem a obrigação de ser honesto e cumprir com as obrigações econômicas? Cadastro Impositivo é sacanagem...
Já somos monitorados de várias formas. Mas, agora, o sistema econômico vai nos impor mais uma condicionante para o simples ato de fazer compras. Além disso, estaremos consentindo que nosso padrão de consumo seja monitorado e classificado. E quem não for “positivo”, por extensão, será classificado pelo sistema como “negativo” ou propenso a ser negativado, o que oferece risco ao crédito (que tanto lucro dá aos bancos na terra dos juros, taxas e burocracias absurdas).A privacidade já foi para o saco há muito tempo. O controle social avança, e a ditadura dos FDPs persiste, já que o Governo do Crime Organizado continua impune e sem previsão de quando será punido, superado e substituído por um sistema Político com valores verdadeiros.
Enfim, vamos pegar a velha toalhinha e seguir em frente no enxugamento do gelo, enquanto a crise econômica (que promete ser a maior e mais imprevisível da História) promete esquentar, infernalmente... adsumus
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