Pesquisar este blog

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Jurando saúde boa, Lula foge do Titanic, libera Dilma para faxina ministerial, e articula plano B para 2014



Mais vivo que nunca para dar ordens no governo e agora negando e ironizando suas idas ao hospital, Luiz Inácio Lula da Silva já liberou Dilma Rousseff para fazer a reforma ministerial na hora em que ela achar mais conveniente. O “ok” de Lula vale, principalmente, para a saída de Guido Mantega - afilhado dele no ministério da Fazenda. Lula passou a bola murcha para a Dilma.

Ontem a estrela de Lula também brilhou como articulista virtual no site do New York Times. Mas o redator fantasma dele, tirou nota zero na interpretação das recentes manifestações de protestos no Brasil. Na versão do Presidente Virtual do Brasil e piloto oculto do Titanic da Dilma, os jovens foram às ruas porque querem mais, já que viveram um momento de bonança econômico e pleno emprego em seu governo.

A visão pessoal e conveniente de Lula conflita com a pesquisa do Instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). No levantamento feito com 2002 pessoas, em 134 municípios de 20 estados, entre os dias 7 e 10 de julho, o ataque à corrupção sensibilizou 40,3% dos entrevistados. Os principais alvos dos protestos, na visão dos pesquisados, foram os políticos (49,7%) e o sistema político (21%).

Um dado da pesquisa serviu de consolo ao governo. Apenas 15,9% interpretaram que as manifestações foram contra a Presidenta. No entanto, outros números do estudo da CNT agravaram a situação do Titanic presidencial. Dilma só tem 49,3% de aprovação (contra 73,7% na pesquisa anterior). Sua desaprovação subiu para 47,3% (antes fora de 20,4%). A avaliação negativa aumentou para 29,5%. A popularidade está baixíssima para uma candidata à reeleição: 31,3% (índice que costuma ser o teto do eleitorado fiel petista).

Independentemente da leitura equivocada ou conveniente que faça da pesquisa ou da realidade política, Lula simbolicamente desembarcou do Titanic governamental. Jogou para Dilma toda a responsabilidade do que ocorrerá de agora em diante. Se ela fizer a faxina ministerial, quando quiser, o sucesso ou fracasso serão debitados exclusivamente a ela. Se a conjuntura permitir que ela recupera a popularidade, será a candidata natural a reeleição. Se ela afundar, o PT parte para o “Plano B”.

O fato objetivo é que o quase certo fracasso da Dilma nem a Lula interessa. Embora tenha pulado do barco na hora conveniente, todo mundo o associa ao comando do navio - no qual só o eleitorado sempre entra de gaiato. Lula sabe, objetivamente, que não seria um candidato “imbatível” em 2014. Por isso, se for candidato a alguma coisa, deve optar pelo plano conservador de uma candidatura ao Senado por São Paulo. Lula só disputaria o Palácio do Planalto na base do desespero.

O desgaste provocado pelas manifestações de rua – que devem voltar com força na visita do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude – deixou ainda mais escancarada a sucessão presidencial. Tanto que até o tucano José Serra, desgastado no PSDB, aproveita para se articular em viagens a Brasília como a que fez ontem. Aécio Neves não decola. Outra queridinha dos socialistas fabianos da Oligarquia Financeira Transnacional – Marina Silva – ainda não comprova ter densidade para uma disputa presidencial, pois nem partido tem.

O jogo da sucessão de 2014 nunca esteve tão aberto – inclusive para alguma candidatura surpreendente ser inventada pela superestrutura globalitária que controla, de verdade, os destinos do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário