"Não tenho câncer, não quero ter câncer, não vou ter câncer e não gosto de quem tem câncer”. Declaração do ex-presidente Lula, por ocasião do seu mais recente esguicho oratório, após um longo período de silêncio, quebrado de modo parcial, não vocal, por postagem de conteúdo branco - genérico - no blog do NYT e por declarações veiculadas por assessores fugazes, de segunda mão.
A última parte da sentença, "...não gosto de quem tem câncer", mesmo em tom de brincadeira, talvez constitua uma sucção, com descarga catártica na outra extremidade, para a qual Lula não estava prevenido, de material psicanalítico que se depositava estático num dos recantos de seu inconsciente.
Na realidade, tal manifestação pode ser interpretada pelo fato de que Lula verdadeiramente não gosta de quem tem câncer, tendo em vista que uma considerável percentagem da população, sem acesso a um tratamento digno pelo SUS, faz lembrar o completo abandono e sucateamento do sistema de saúde, politizado e hoje tachado de quase genocida, verificado ao longo da era PT, a maior parte preenchida por seu governo, do qual o atual, que também atende pela alcunha de "poste", é um prolongamento, O quadro fica acentuado quando se compara com o tratamento VIP da sua própria enfermidade, num dos Hospitais de ponta do país.
Os "canalhas" que, conforme suas próprias palavras, foram responsáveis pela divulgação de possível recidiva, sem fundamento, segundo ele, do seu tumor, têm todo o direito de, diante dessa visão psicanalista amadora, com boa probabilidade de ser consistente, se perguntarem: afinal, quem são e onde estão os verdadeiros canalhas, nós ou o grupo que desde 2003 derrama canalhices no atacado pelo país inundando-o de corrupção, mentiras, populismo barato, manobras para manter o poder a qualquer custo e desperdício, simbolizado, por exemplo, pela implantação de 39 ministérios somente para manter domesticados os aliados?
Por que o governo não aproveita a chegada de Francisco, entra em estado de contrição e, num ato surpreendente como são alguns do Santo Padre, se confessa?
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