A Presidenta Dilma Rousseff da Silva deu outra prova ontem de que vem raciocinando com o intestino, gerando efeitos escatológicos para sua popularidade em queda livre. Visivelmente abatida, com olhos pesados e fisionomia cansada, Dilma cometeu mais um erro institucional ao atropelar o Legislativo e enviar ao Judiciário uma “consulta” sobre a realização do tal plebiscito (supostamente para reforma política) ainda este ano e a tempo de valer para a eleição de 2014.
Dilma avança, velozmente, para um trágico desgaste com o Congresso – a exemplo do que fizeram no passado, com triste resultado, os presidentes Getúlio Vargas, Jânio Quadros e Fernando Collor. Ainda hoje, a Presidenta manda aos deputados e senadores uma proposta de “consulta popular” urgente que contraria a maioria das lideranças partidárias. PMDB, PP, PTB e PSC (da base governista) mais PSDB, DEM e PPS já se manifestaram contra o plebiscito - que pode custar uns R$ 2 bilhões e já nasce morto.
Pior do que contrariar os deputados e senadores, a ação desastrada do governo Dilma abre brechas para casuísmos que podem causar ainda mais instabilidade ao desgoverno petista. Já se fala em possível consulta sobre parlamentarismo, fim da reeleição, mandato de cinco anos (inclusive para senadores) e até voto distrital (misto ou puro). E não existe clima para aprovar a proposta mais desejada pelos petistas, o suposto financiamento público para campanhas eleitorais (proposta soviética, que qualquer um sabe ser uma caríssima farsa).
No modelo de politicagem do Brasil, tudo parece superfaturado. Só em 2012, os cofres públicos jogaram fora R$ 606 milhões para bancar o horário eleitoral (nada) gratuito (que, na verdade, é muito bem pago, pela tabela publicitária integral, às emissoras de rádio e televisão). Por envolver ainda mais gastos com o dinheiro do cidadão-eleitor-contribuinte, a proposta petista de financiamento público (tão ardorosamente defendida pelo sub-chefão José Dirceu) já morre no intestino dos petistas.
Já ficou bem claro que Dilma da Silva planeja se aproveitar da tal “democracia direta, via consulta popular, para aplicar algum golpe institucional que ajude a prolongar a agonia do PT no poder. Em entrevista coletiva após reunião com 36 dos seus 39 ministros na Granja do Torto, Dilma cacarejou o manjado e demagógico discurso bolivariano, no melhor estilo do falecido Hugo Chávez e dos muito vivos Evo Morales e Cristina Kirchner.
Palavras da Presidenta: “É importante ouvir uma questão que é a busca não só de um governo voltado para o povo, mas de um governo que quer que o povo participe e que enseja a participação popular. Uma proposta de consulta popular tem o sentido de transferir para a população o direito de ser consultada. Não é só a classe política que tem de ser consultada. O povo também”.
Abusando da demagogia, Dilma ainda se aproveitou do clima vitorioso do tetra da seleção brasileira de futebol na Copa das Confederações, para uma vã tentativa de comparação com o técnico Luiz Felipe Scolari. Indagada se seu governo seguia uma espécie de “padrão FIFA de eficiência”, Dilma foi ao êxtase: “Padrão FIFA, não! Meu Governo é padrão Felipão!”.
Dilma deve ter ficado louca. A falta de diálogo – principal acusação política contra ela – não é a marca do Felipão. Muito pelo contrário... Mas quem sofreu uma queda de 57% para 30% na popularidade, junto com um crescimento da avaliação ruim ou péssima de 9% para 25%, na recente pesquisa DataFolha, parece ter o direito de falar qualquer bobagem... Ou não?
Uma coisa é previsível. O isolamento de Dilma, que agora ela tenta quebrar sem sucesso, tem tudo para lhe ser fatal. E a primeira mulher a presidir o Brasil pode entrar para a História como aquela que nos fez o favor de acabar com o plano petista de reinar, por muitos e muitos anos, no Palácio do Planalto...adsumus
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