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terça-feira, 2 de julho de 2013

Com eles, a sociedade não precisa de inimigos



O então Presidente Lula, engalfinhado, à época, 2007, com as repercussões do mensalão e talvez com o intuito de desviar a atenção da mídia do caso, influiu fortemente na escolha do Brasil para sediar a Copa do mundo de 2014. Considerou a decisão uma vitória do seu prestígio político, ainda reconhecido  naquela ocasião, até no exterior, rebatendo as críticas que já despontavam, a respeito dos gastos excessivos que tal evento representaria para os cofres públicos, ao afirmar que praticamente todo o custo seria bancado pela iniciativa privada. 

O que se viu, no entanto, foi a construção de estádios superfaturados e erguidos com recursos do povo brasileiro. Tal fato constituiu um dos motivos inspiradores das reações de protestos geradas hoje em todo o país, turbinadas pelas condições de abandono do poder público em relação a serviços básicos, como saúde, segurança, educação e transporte público digno, aos quais a população faz jus em face dos altos impostos que paga.

O despertar da sociedade se seguiu a uma estrepitosa vaia que surpreendeu e impactou a Presidente Dilma quando inaugurou a Copa das Confederações da FIFA, prelúdio da Copa do Mundo. 

As manifestações  que se seguiram mostraram repentinamente aos políticos a necessidade de criarem novas abordagens para dialogar com a sociedade, fato que até hoje não foi bem compreendido pela maioria deles. Ainda não perceberam que as mentiras, os subterfúgios e os métodos convencionais de negociação, com os quais estavam habituados a apaziguar as indignações da população, não seriam mais aceitos e que novas posturas teriam que ser adotadas, mais transparentes e honestas. 

O exemplo mais contundente de que ainda não vislumbraram a obrigação de se reinventarem é o fato de que, por exemplo, a Presidente, o Governador do estado do Rio de Janeiro e o Prefeito da cidade, não se fizeram presentes na cerimônia de encerramento da Copa das Confederações no Maracanã, temendo as vaias e o correspondente "preço político", expressão frequentemente empregada pelo então Presidente José Sarney, que, por não querer pagar o tal preço, mergulhou o país no mais avassalador processo inflacionário de que se tem notícia, ao não adotar medidas imprescindíveis para minorá-lo. 

Esses ainda são os nossos políticos, infelizmente um corte da própria sociedade que, ao ter que contar com eles, não precisa de inimigos. adsumus 

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